sábado, 22 de abril de 2017

CDB 2017 - Bar Palhinha - Porquinho Havaiano

Anos atrás trabalhei em uma firma no Largo dos Leões e por causa da proximidade eu almoçava quase que diariamente no Bar Palhinha. Naquela época era um botequim -raiz, com um banheiro não recomendável para necessidades mais complexas, ventilação feita por circuladores de ar barulhentos, bombril na antena da CCE de tubo 14 polegadas e cuja única forma de pagamento era dinheiro. Contudo,  era possível dividir um substancial prato comercial e 2 litros de coca-cola por pelo menos 12 reais. Na segunda-feira voltei à firma para apresentar o Joaquim aos antigos colegas de trabalho e aproveitei para almoçar o Porquinho Havaiano do Palhinha.

O petisco é um rocambole de filezinho suíno recheado com presunto de parma e queijo, empanado na farinha panko e servido com rodelas de abacaxi caramelizadas. Desde a primeira vez que eu comi o sanduíche de pernil, queijo e abacaxi do Cervantes que eu gosto da combinação de carne de porco com a fruta tropical. Fui com muita expectativa ao Palhinha, que agora conta com um banheiro nota 10, silencioso conjunto de aparelhos de ar condicionado do tipo split, televisões de alta definição sintonizadas em canais esportivos por assinatura e máquinas de cartão que passaram a dolorosa, que estava na média do concurso. 

Muito discreto, o garçom não se apresentou e nos deixou mais à vontade. Talvez por estarmos na hora do almoço ele não sugeriu o prato do certame, mas quando perguntado como era preparado soube dizer exatamente como. Pedi a cerveja do patrocinador para acompanhar e rapidamente o pedido chegou e por incrível que pareça era mais bonito do que o da foto do site.,Vieram quatro rocamboles e quatro pedaços de abacaxi, muito mais dourados e caramelizados, o que inclusive abriu o apetite de minha mulher, que não é nem um pouco fã de harmonizar frutas com pratos salgados e inesperadamente aprovou o resultado! Cortei pequenas fatias do abacaxi e para cada uma eu garfava junto um pedaço do porquinho, ficou muito gostoso, mas eu esperava mais queijo. Em minha opinião, a proporção deveria ser mais equilibrada.

Diferente do Bar Sabor da Morena, o primeiro que fui no Comida Di Buteco deste ano, a cestinha dos patrocinadores Hellmanns e Tabasco já estava na mesa. Não ficou com tanta cara de acompanhamento sugerido especificamente para o petisco - inclusive, havia ketchup na cestinha do Bar Palhinha, mas por trauma da experiência anterior eu resolvi provar apenas a pimenta.

Provavelmente por ser carne suína a porção de quatro rocamboles foi mais substancial, não a ponto de rolar como um porco mas o suficiente para voltar pra casa e aguentar até o jantar.

Foto por Milina Lopez

Revisão de texto por Maria Vitoria Rosa

segunda-feira, 17 de abril de 2017

CDB 2017 - Sabor da Morena - Trigau


Ontem inaugurei o Comida di Buteco 2017 e fiquei muito feliz por ter começado bem! Joaquim Pedro, meu filho, nasceu há quarenta e poucos dias o que torna os deslocamentos deste ano mais complexos, por isso o ponto de partida foi um bar que fica a menos de 10 minutos a pé de minha casa: o Sabor da Morena.


O tira-gosto deste ano se chama Trigau e é um bolinho de trigo com bacalhau, aparentemente nada complexo, mas quando paramos para pensar na quantidade de bolinhos de bacalhau que tem por aí e que são basicamente batatas amassadas com um pouco de peixe encharcados de óleo, o do Sabor da Morena supera as expectativas! Os bolinhos (realmente no diminutivo) vieram sequinhos e na temperatura ideal, nem pelando que não se consiga segurar na ponta dos dedos nem frio que faça pensar em pedir uma pinga para esquentar o corpo. A apresentação foi idêntica a da foto do site do concurso, oito bolinhos acompanhados de duas meias luas de limão e um azeite apimentado. 

Como Joaquim Pedro ainda não pode desfrutar nada além de leite materno ficaram quatro bolinhos para mim e os outros quatro para a minha mulher. O primeiro bolinho eu mordi puro, com um certo receio de que pudesse haver alguma espinha, duas mastigadas para um lado, duas mastigadas para outro, um gole da cerveja e tudo para dentro sem nada de que não devesse estar lá e o melhor, era gostoso. Durante muito tempo tive aversão a comer pratos preparados com peixe por causa das espinhas, perdi o trauma com as famosas pataniscas do Pavão Azul (que não deixam de ser também Bolinhos de Bacalhau)  mas, se depois de algum tempo até o Pavão Azul deixa passar uma espinha ou outra, hoje em dia eu espero (estou preparado pra???) qualquer coisa. A segunda metade do bolinho eu molhei no azeite apimentado, e o sabor foi realçado, ardido na medida certa e me deixou com mais vontade de beber. Temperei o segundo bolinho com o limão e ainda que a combinação tenha sido boa, achei melhor com o azeite do primeiro. Talvez isso se justifique pelo meu fraco por pimenta, tanto que para o terceiro eu me deixei levar pelo patrocínio do concurso. Ah, esqueci de comentar, junto com prato veio também uma cestinha com mostarda e maionese Hellmann's e pimenta Tabasco. Hoje em dia isso não é nada de mais, algo que qualquer birosca de beira de estrada oferece e que nem causa mais aquela infantil coceira cleptomaníaca nas mãos, mas, repetindo, adoro pimenta e o bolinho continua gostoso! No último, eu arrisquei com a mostarda e esse foi o único ponto negativo: definitivamente bolinhos de bacalhau não combinam com mostarda. O Sabor da Morena não deveria ter colocado tantos temperos à disposição, muito menos naqueles sachês complicados de serem abertos.

Nós praticamente abrimos o bar, chegamos às 14 horas e como esperado estava limpíssimo. O garçom Vítor nos atendeu muito bem e nos recomendou o petisco concorrente. Explicou como era feito e ainda sugeriu a cerveja patrocinadora para acompanhar, que estava numa ótima temperatura. O mais legal é que o bar ainda tem no cardápio cerveja sem álcool, o que pode parecer uma grande frescura, mas na companhia de uma lactante se faz mais do que necessário. No final, a conta veio sem problemas, 10% na caixinha e voltamos para casa para aproveitar o resto do domingo de Páscoa.